domingo, 21 de junho de 2009

Singularidade apreciável

Não me sobram dúvidas de que Aprendiz de Assassino é o início de uma saga de fantasia brilhante.
Logo a abrir, a qualidade da escrita de Hobb é evidente e notável.
A sua construção de um mundo intrigante sem recorrer às convenções mais comuns do género - ainda que o seu protagonista seja, como muitos dos heróis do género, um indivíduo de capacidades singulares acossado por um mundo que não o compreende - é subtil mas riquíssima.
A sua construção da narrativa, em relato directo de uma vida que se confunde com a evolução do reino; ou a caracterização de personagens são igualmente deliciosas.

Claro que Aprendiz de Assassino tem mérito muito para lá da sua qualidade como saga de fantasia.
Ao aproximar este mundo de um realismo magistral, não só pelas intrigas palacianas ou decisões que poderiam ter saído de um qualquer romance histórico, mas pela verosimilhança das suas personagens e pela naturalidade com que elas parecem tomar decisões e evoluir.
Mas acima de tudo isto está a notável essência de um romance sobre a entrada na idade adulta, sobre a solidão humana e sobre o lugar de um rapaz no mundo.
O que de certa forma resume o essencial sobre este livro, capaz de suplantar o seu género e capaz de estabelecer uma singular empatia com o leitor por via da essência que se revela para lá do exterior (extraordinário) de fantasia.


















Aprendiz de assassino (Robin Hobb)
Saída de Emergência
1ª Edição - Março de 2009
400 páginas

1 comentário:

  1. Gostei do seu comentário e já comprei o livro. Queria perguntar-lhe se posso fazer referência do seu blog no meu.
    Continuação de boas leituras.

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